Quais são os tipos de agentes de ameaças cibernéticas?
Os agentes de ameaças podem penetrar nas suas defesas de segurança e comprometê-las a qualquer momento. Um agente de ameaça pode ser uma pessoa qualquer de dentro ou de fora da sua organização. Pode ser um grupo, uma organização ou mesmo um país envolvido em um ataque cibernético direcionado. Um agente de ameaça é definido como qualquer pessoa com potencial de impactar negativamente a postura de segurança da sua empresa. De modo mais específico, um agente de ameaça é qualquer pessoa que coordena ou que participa de uma ação maliciosa que visa atacar a segurança de IT de uma organização.
Sobre agentes de ameaças
Um agente de ameaças refere-se a um indivíduo, grupo ou entidade que realiza atividades maliciosas com a intenção de causar danos, explorar vulnerabilidades ou obter acesso não autorizado a sistemas de computador, redes, dados e outros ativos valiosos. Os agentes de ameaças podem abranger uma ampla gama de motivações, habilidades e recursos, podendo operar sob diversos contextos, como crime cibernético, espionagem, hacktivismo e atividades patrocinadas pelo Estado.
Os agentes de ameaças podem ser classificados em diferentes categorias com base em seus motivos e objetivos:
- Criminosos cibernéticos de carreira: este é o tipo mais comum de agente de ameaça. Seus ataques são direcionados ao roubo de dados para ganho financeiro. Às vezes, deixam os dados inacessíveis para a vítima até que ela pague um resgate, também conhecido como ransomware. Trabalhando sozinho ou em grupo, sua principal motivação é o dinheiro. Seu arsenal é formado por ataques de phishing, ransomwares, malwares, engenharia social e outras técnicas. Eles se envolvem em atividades como roubo de informações confidenciais (como dados de cartão de crédito, informações pessoais), ataques de ransomware e fraudes.
- Hacktivistas: os agentes de ameaças hacktivistas são motivados por causas políticas, sociais ou ideológicas. Sua maior motivação não é o dinheiro, e sim a necessidade de expor publicamente os erros de conduta de uma organização ou participar de um movimento político ou social. Eles podem visar organizações, sites ou sistemas para promover suas crenças ou manifestar uma insatisfação.
- Agentes patrocinados pelo Estado: entidades apoiadas pelo governo que realizam espionagem cibernética, sabotagem e outras atividades ofensivas para promover os interesses da nação. Geralmente possuem competências avançadas e recursos significativos.
- Insiders: ou agentes internos são indivíduos que trabalham dentro de uma empresa. Eles fazem uso indevido de sua proximidade a sistemas, dados e informações para ganho pessoal, espionagem ou sabotagem. Um agente interno pode ser um funcionário, contratado terceirizado ou parceiro de negócio que tenha como objetivo acessar dados organizacionais e/ou comprometer processos-chave (lembra-se de Edward Snowden?).
- "Script kiddies": tipicamente, são indivíduos inexperientes que usam ferramentas e técnicas de hacking existentes sem terem um conhecimento profundo da tecnologia por trás delas. Eles se envolvem em ataques cibernéticos por pura diversão ou para impressionar os outros.
- Grupos do crime organizado: as organizações criminosas podem usar ataques cibernéticos como parte de suas atividades criminosas em um cenário mais amplo, como tráfico de drogas ou lavagem de dinheiro.
- Grupos terroristas: algumas organizações terroristas usam ataques cibernéticos como um meio de promover seus objetivos, interromper serviços e amedrontar as pessoas. As organizações terroristas também caracterizam um tipo de agente de ameaça quando se envolvem no terrorismo cibernético para propaganda e para fins políticos, ideológicos e financeiros.
Compreender as motivações, técnicas e objetivos dos agentes de ameaças é crucial para que os profissionais de segurança cibernética, autoridades legais e organizações desenvolvam estratégias eficazes para detectar, prevenir e mitigar as ameaças cibernéticas.
Quais são as motivações dos agentes de ameaças?
Para ajudar a evitar que os agentes de ameaças tenham sucesso em seus intentos, primeiro, você deve examinar por que os agentes de ameaças estão atacando seus sistemas ou dados. É por ganho financeiro, razões políticas, espionagem, ativismo, vingança ou algum outro fim? Algumas motivações comuns dos agentes de ameaças incluem:
- Ganho financeiro. Muitos criminosos cibernéticos são motivados principalmente pelo ganho financeiro. Eles procuram roubar informações confidenciais, como dados de cartão de crédito, informações pessoais ou credenciais de login que possam vender no mercado paralelo ou usar em atividades fraudulentas.
- Espionagem. Governos, concorrentes corporativos e outras entidades podem se envolver em espionagem cibernética para coletar informações confidenciais, segredos comerciais, propriedade intelectual ou segredos governamentais para obter vantagem política, econômica ou estratégica. Os governos ou entidades patrocinadas pelo Estado também podem realizar operações cibernéticas para promover seus interesses nacionais, se envolver em manobras geopolíticas ou coletar informações.
- Hacktivismo. Os hacktivistas são indivíduos ou grupos com motivos políticos ou sociais. Eles visam organizações, sites ou sistemas para promover ideologias, aumentar a conscientização por causas específicas ou protestar contra atos e fatos que consideram injustiças.
- Sabotagem e rupturas. Alguns agentes de ameaças não são motivados pelo dinheiro, mas, sim, pelo desejo de causar a interrupção de uma infraestrutura, serviços ou operações críticas por razões políticas ou ideológicas. Isso pode levar a perdas financeiras significativas, danos à marca ou reputação pessoal, ou transtornos públicos.
- Vinganças pessoais. Os indivíduos podem realizar ataques cibernéticos para vingar desafetos pessoais e afrontas direcionadas a uma determinada pessoa, organização ou entidade. Por exemplo, funcionários, contratados ou parceiros com acesso a informações ou sistemas sensíveis podem usar indevidamente seus privilégios para obter ganhos pessoais, vingar-se ou outros motivos vis.
- Resgate. Os ataques de ransomware envolvem criptografar seus dados e exigir um pagamento de resgate em troca da chave de descriptografia. O ganho financeiro é a principal motivação e as vítimas são muitas vezes coagidas a pagar para recuperar o acesso aos dados.
- Desavença política. Grupos extremistas usam métodos cibernéticos para fazer propaganda, recrutar membros e coordenar atividades. Sua motivação é muitas vezes alimentada por crenças ideológicas ou políticas.
- Vantagens competitivas/roubo de segredos comerciais. Rivais de negócios podem se envolver em espionagem ou ataques cibernéticos para ganhar vantagem competitiva, como, por exemplo, roubar informações proprietárias ou interferir nas operações de um concorrente.
- Busca de emoção e notoriedade. Alguns indivíduos são motivados pela promessa de fama e pela adrenalina de invadir sistemas, redes ou sites. Eles buscam reconhecimento e notoriedade na comunidade dos hackers. Em outras palavras, alguns hackers querem apenas "se gabar".
As motivações dos agentes de ameaças podem ser complexas e multifacetadas, podendo se transformar ao longo do tempo. Organizações e indivíduos devem permanecer vigilantes e adotar medidas proativas de segurança cibernética para mitigar os riscos impostos por essas e outras motivações.
Quais são as competências dos agentes de ameaças?
Os agentes de ameaças podem apresentar uma infinidade de habilidades, ferramentas, recursos e técnicas para realizar suas atividades maliciosas. Essas competências podem variar muito dependendo das motivações, conhecimentos e recursos do agente de ameaça.
Os recursos comuns que um agente de ameaça pode usar incluem:
- Desenvolvimento e implantação de malware (vírus, ransomwares, cavalos de Troia) ou Ransomware-as-a-Service
- Exploração de vulnerabilidades de software
- Ataques de phishing e engenharia social para obter acesso a senhas
- Roubo de identidade e fraude com cartão de crédito
- Lavagem de dinheiro por meio de canais digitais diversificados
- Defacement, como modificações do conteúdo de sites, e ataques DDoS para aniquilar as plataformas online
- Violações e vazamentos de dados expondo informações confidenciais
- Manipulação da mídia social para disseminar mensagens
- Campanhas coordenadas contra alvos específicos, como spear phishing, engenharia social e comprometimento de e-mail corporativo
Em cenários envolvendo agentes de ameaças patrocinados pelo Estado, o indivíduo geralmente possui uma competência altamente sofisticada e muitas vezes se envolve em espionagem, guerra cibernética e influência geopolítica. Essas competências incluem:
- Ameaças persistentes avançadas (APT, Advanced Persistent Threat) usando malwares sofisticados e exploits de dia zero
- Infiltração de longo prazo e exfiltração de dados das organizações visadas
- Ataques à cadeia de suprimentos para comprometer softwares e hardwares amplamente utilizados
- Criação e implantação de armas cibernéticas avançadas
Tenha em mente que as competências dos agentes de ameaças evoluem continuamente à medida que a tecnologia avança e novas ferramentas e técnicas se tornam disponíveis. As organizações e os governos devem permanecer vigilantes e adotar medidas robustas de segurança cibernética para se defender contra esses diversos agentes de ameaças e suas competências.
Quais seriam exemplos de agentes de ameaças?
Já tivemos vários agentes de ameaças famosos que conseguiram realizar ataques cibernéticos graves e atividades maliciosas significativas. Confira alguns exemplos:
- Ameaça Persistente Avançada 29 (APT29) - Cozy Bear: um grupo de hackers patrocinado pelo governo russo que se acredita ter sido o responsável pelo ataque de 2016 aos servidores de e-mail do Comitê Nacional Democrata, o que levou ao vazamento de informações confidenciais durante as eleições presidenciais dos EUA.
- Grupo Lazarus: um grupo de hackers norte-coreanos ligado a vários ataques cibernéticos, incluindo o ataque à Sony Pictures em 2014, que resultou no vazamento de dados confidenciais da empresa e de comunicações internas.
- APT28 - Fancy Bear: outro grupo de hackers patrocinado pelo governo russo, o Fancy Bear esteve por trás de várias operações de espionagem cibernética, incluindo a invasão da Agência Mundial Antidoping (WADA) em 2016 e ataques a entidades políticas em todo o mundo.
- Stuxnet: um sofisticado worm de computador que se acredita ter sido uma operação conjunta entre os EUA e Israel que atingiu com sucesso as instalações nucleares do Irã no final da década de 2000. O Stuxnet causou danos físicos às centrífugas usadas no enriquecimento de urânio.
- NotPetya: um malware destrutivo que afetou várias organizações em todo o mundo em 2017, causando interrupções generalizadas e perdas financeiras. Embora inicialmente tenha sido considerado um ransomware, o NotPetya foi, mais tarde, categorizado como um ataque com motivação política, provavelmente originário da Rússia.
- Shadow Brokers: um grupo de hackers que chamou grande atenção em 2017 pelo vazamento de diversas ferramentas poderosas de hacking desenvolvidas pela Agência de Segurança Nacional dos EUA (NSA). Essas ferramentas foram mais tarde usadas em vários ataques cibernéticos, incluindo o surto do ransomware WannaCry.
- APT10 - Stone Panda: um grupo de hackers patrocinado pelo governo chinês conhecido por espionagem cibernética e roubo de propriedade intelectual. O APT10 foi responsável pela violação dos principais provedores de serviços gerenciados e visavam indústrias de tecnologia e manufatura.
- Grupo Carbanak: uma gangue cibernética criminosa que visava instituições financeiras em todo o mundo e roubou centenas de milhões de dólares através de ataques sofisticados às redes de bancos e sistemas ATM.
- DarkOverlord: um grupo de hackers conhecido por atacar e extorquir várias organizações, incluindo operadoras de saúde e empresas de entretenimento, ameaçando divulgar informações confidenciais.
- Grupo Equation: um grupo altamente sofisticado de espionagem cibernética que se acredita estar vinculado à Agência de Segurança Nacional dos EUA (NSA). O Grupo Equation foi responsável pelo desenvolvimento e implantação de uma série de malwares e exploits avançados com o propósito de espionagem.
Além do sucesso obtido em atingir a seus objetivos, as atividades desse agente de ameaça também levaram a uma maior conscientização sobre segurança cibernética, inteligência de ameaça, cooperação internacional e o desenvolvimento de medidas defensivas para combater ameaças futuras.
Métodos e estratégias de proteção
Manter uma higiene cibernética rigorosa é fator obrigatório para se defender contra os agentes de ameaças e seus ataques implacáveis. Mas não é suficiente. Proteger sua empresa contra agentes de ameaças (criminosos cibernéticos, hackers, etc.) é um aspecto crucial para manter a segurança da sua empresa e minimizar os possíveis riscos.
Estes são alguns passos que você pode seguir para melhorar a proteção da sua empresa:
- Avaliação de risco: realize uma avaliação minuciosa para identificar possíveis vulnerabilidades em seus sistemas, processos e infraestrutura. Conheça os seus ativos, as possíveis ameaças a eles e o potencial de impacto de uma violação de segurança.
- Políticas e procedimentos de segurança: desenvolva, implemente e aplique políticas e procedimentos de segurança fortes para seus funcionários. Isso inclui diretrizes para gerenciamento de senhas, manipulação de dados e uso aceitável dos recursos da empresa.
- Treinamento de funcionários: forneça treinamento regular aos seus funcionários sobre as melhores práticas de segurança cibernética. Ajude-os a reconhecer tentativas de phishing, táticas de engenharia social e outros vetores de ataque comuns.
- Force o controle de acesso: implemente o princípio do privilégio mínimo. Limite o acesso a sistemas e dados confidenciais apenas àqueles que exigem o acesso para cumprir suas funções no trabalho. Use métodos de autenticação fortes, como a autenticação multifator (MFA), para acessar sistemas críticos.
- Atualizações regulares de software: mantenha todos os softwares, incluindo sistemas operacionais, aplicativos e plug-ins, atualizados com os patches de segurança mais recentes. As vulnerabilidades em softwares desatualizados são frequentemente exploradas pelos agentes de ameaças.
- Firewalls e sistemas de detecção de invasão: configure firewalls para monitorar e filtrar o tráfego de entrada e saída na rede. Considere usar sistemas de detecção e prevenção de invasão para identificar e bloquear atividades suspeitas.
- Criptografia de dados: criptografe dados confidenciais, tanto em repouso como em trânsito. A criptografia adiciona uma camada extra de proteção que torna mais difícil para os agentes de ameaças acessarem seus dados, mesmo que consigam violar suas defesas.
- Backups e recuperação de desastres: faça cópias de segurança dos seus dados e sistemas regularmente. Armazene os backups em um local seguro, separado da sua rede principal. Teste seus backups periodicamente para garantir que possam ser restaurados com sucesso.
- Gestão de risco de fornecedores e terceiros: avalie as práticas de segurança de seus fornecedores e parceiros externos. Assegure-se de que tenham medidas de segurança adequadas em vigor para proteger os seus dados e sistemas.
- Plano de resposta a incidentes: desenvolva um plano abrangente de resposta a incidentes que descreva as etapas a serem seguidas no caso de uma violação de segurança. Esse plano deve incluir procedimentos de contenção, comunicação, mitigação e recuperação.
- Detecção e resposta gerenciadas (MDR): se tudo isso parecer excessivamente trabalhoso, considere terceirizar sua segurança cibernética para um centro de operações de segurança (SOC) administrado por uma equipe de defesa de classe internacional. Os serviços MDR envolvem sistemas ininterruptos de monitoramento e detecção de invasão para identificar e responder a ameaças em tempo real.
Lembre-se de que a segurança cibernética é um esforço contínuo e as ameaças estão em constante evolução. É importante manter-se vigilante e adaptar suas medidas de segurança conforme necessário para proteger o seu negócio contra as ameaças emergentes. Se a sua empresa não possui experiência, consulte um parceiro com experiência no fornecimento de Cybersecurity-as-a-Service para ajudá-lo no gerenciamento. Nenhuma organização consegue fazer tudo isso sozinha.
Entre em contato para saber mais sobre como a Sophos pode ajudar a sua organização a se defender contra os agentes de ameaças.
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